Segundo a Psicologia e a Psicanálise, temos a mente consciente e a mente inconsciente. A mente consciente é a nossa porta de comunicação com o mundo, enquanto a mente inconsciente é a nossa gaveta de memórias.
Enquanto o nosso
consciente faz análise, faz juízo de valor, questiona, o inconsciente apenas
armazena. Armazena tudo que vivemos, tudo que experienciamos, absolutamente
tudo. Por isso, a hipnose é usada para buscar ali algo do qual não nos
lembramos, mas que gravou em nós sensações ou dores emocionais que precisam ser
trabalhadas.
O inconsciente é uma
esponja, ele apenas retém, sem fazer qualquer julgamento ou analise. Isso
significa que ele não distingue o que é mentira e o que verdade. Por exemplo,
feche os olhos e imagine que está chupando um limão. Normalmente, sentimos um
incômodo na glândula salivar, o que não deveria acontecer, já que não sentimos
o gosto do limão. É que, ao imaginarmos, o inconsciente trouxe a lembrança de
como sentimos o sabor do limão e nosso corpo respondeu a isso. Uma mentira, já
que não degustamos o limão, que virou verdade, já que nosso corpo respondeu
como se tivéssemos chupado o limão.
Agora imagine isso em
relação a tudo que vivemos. Qualquer comando que damos ao inconsciente,
ele simplesmente acata. E, por comando, entenda, qualquer sugestão verbal ou
mental. No caso do limão, a sugestão verbal “imagine que está chupando um
limão” gerou um comando mental de estar realizando aquilo.
Então, imagine quando
você diz a seu filho que ele nunca vai dar certo na vida. O inconsciente dele
grava isso como verdade absoluta e ele nunca vai dar certo na vida. Como falei,
nosso inconsciente retém as memórias, fazendo aflorar aquilo ao receber
determinados comandos, nos dando uma direção, um norte, nos fornecendo
elementos para a tomada de decisões. Lá na frente, quando esse filho começar na
vida profissional, na primeira dificuldade, ele vai desistir, porque o
inconsciente dele vai se lembrar que ele nunca vai dar certo na vida. Então é
natural que ele encontre barreiras. Ali é o fim do caminho.
De outro lado, se você
sempre mostrou a seus filhos que as barreiras são transponíveis, podem ser
superadas, que somos capazes de alcançar o que sonhamos, ao primeiro sinal de
dificuldade, o inconsciente desse menino vai berrar “não para, não! Segue em
frente! Você pode!” E esse rapaz não vai ter aquele desejo inconsciente de
desistir.
Assim, seguimos pela
vida, desde que nascemos, e nosso inconsciente vai guardando tudo que recebemos
das pessoas, tudo que interpretamos das situações e aquilo vai virando verdade
absoluta sem que possamos perceber. A questão é que essas verdades vão marcando
nossos comportamentos, nossas emoções e consequentemente todas as nossas
relações e as maneiras como lidamos com as situações. Em alguns casos, essas
verdades são positivas e nos impulsionam a boas decisões. Em outros, são
negativas e nos limitam, dificultando ou mesmo impedindo que alcancemos algo.
Essas verdades
negativas absorvidas pelo inconsciente são o que chamamos de crenças
limitantes, as maiores sabotadoras que possuímos.
Todas as nossas
percepções de mundo, as interpretações que fazemos, as decisões que
tomamos são baseadas em nosso mapa mental e esse mapa é a programação que
ocorre ao longo da nossa vida, conforme vamos elaborando essas verdades
absolutas em nosso inconsciente. Se nessa programação mental há crenças
limitantes, teremos um maior grau de dificuldade para alcançar a realização em
todos os aspectos da vida.
Quando a mulher diz que
tem dedo podre para homens, ou seja, que só se atrai por canalhas, seu
inconsciente chamará sua atenção para todos os homens canalhas que ela
encontrar pela vida.
Preste atenção nestas
crenças limitantes que sempre ouvimos e que repetimos:
- você não faz nada
direito
- você nunca vai
conseguir ninguém
- seu irmão é melhor
- dinheiro não traz
felicidade
- é mais fácil um
camelo passar pelo Buraco da Agulha que um rico entrar no Reino dos Céus
- Não é possível viver
do que se ama
Acontece também de nós
mesmos repetirmos e reforçarmos nossas crenças limitantes:
– Não levo jeito pra
fazer isso
– Sou muito velho pra
isso
– Não sei tudo o que
preciso
– Não tenho tempo
– Não consigo fazer
isso
– Não consigo aprender
tal coisa
– Vou ser pobre para
sempre
– Nunca vou conseguir
dinheiro suficiente
– Não tenho dinheiro
pra nada
– É impossível me
organizar
– A culpa não é minha
que as coisas só deem errado
– Eu não mereço sucesso
– Eu não mereço coisas
boas
– Meus sonhos são
impossíveis de serem alcançados
– Nunca vou conseguir
alcançar meus objetivos
– Não consigo resolver
esse problema
Não apenas o que ouvimos
se tornam crenças limitantes, mas também situações que observamos e sobre as
quais não fazemos a interpretação adequada, como situações de traição, brigas
por dinheiro, excesso ou ausência de regras, relação com comida e com o corpo,
injustiças e outros.
Importante lembrar que
quanto mais vivenciamos experiências ruins mais criamos imagens mentais
negativas sobre nós e os outros e, consequentemente, desenvolvemos inúmeras
crenças limitantes.
Mas, como fugir disso?
Bom, quando a crença
limitante já está instalada, ou seja, sempre que esses pensamentos vierem à sua
mente, exercite o pensamento contrário, focando em algo positivo.
“Eu tenho dedo podre
para homens. Opa, não, na verdade tenho muita sorte em poder aprender com todos
os relacionamentos que tive o que vai me favorecer quando enfim encontrar um
cara legal.”
“Nunca vou conseguir
alcançar o patamar x. Quer dizer, na verdade só não conseguirei se continuar
pensando assim, afinal, com persistência e vontade, posso alcançar tudo que eu
quiser.”
Agora, se percebe que
outra pessoa diz algo que pode se tornar uma crença limitante para você, mande
à merda. Ou, se observar que não é o caso, que a pessoa não fez por mal, diga
para si mesmo: “Oh, dó, não sabe do que sou capaz, da força que tenho e do meu
poder de realização”. Ou diga para ela que ela não te conhece como pensa e que
você irá surpreendê-la.
A questão é não acatar
o que o outro diz sem rebater, é não absorver aquelas palavras, não deixando
seu inconsciente aceita-las como verdade absoluta. É encarar as situações
ruins, pensando: “tá, foi foda, mas o que eu aprendi? Do que estou me livrando?
Como posso fazer disso um degrau de crescimento”.
E vale lembrar dos
vitimistas, dos hipocondríacos, de todos que transformam em verdades situações
imaginárias negativas e vivem uma vida tão menor do que efetivamente poderia
ser.
É isso! Tenha sempre em
mente que o seu inconsciente vai trabalhar na direção em que estão seus
pensamentos, de acordo com as verdades nas quais você acredita. Sabendo disso,
tenho certeza que saberá tomar as melhores decisões.
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Adriana Fernandes é autora do texto e apresentadora do Programa NOTICIANDO, que vai ao ar toda sexta-feira, com notícias comentadas, sem reservas, e dicas de Programação Neurolinguística.